António Bento Gonçalves, professor do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho (UMinho), é o novo presidente da Associação Portuguesa de Geógrafos (APG).
A sua eleição ocorreu na recente assembleia-geral deste organismo, que foi a mais concorrida de sempre. Bento Gonçalves é o primeiro docente da UMinho no cargo e sente-se “muito honrado”. A APG nasceu em 1987, tem cerca de três centenas de associados e é a mais representativa do setor.
Neste mandato até 2022, a nova presidência prevê lançar dois livros por ano da coleção “Geografia e Geógrafos”, consolidar o Prémio Nacional de Geografia, as Olimpíadas de Geografia e a Noite de Geografia, bem como apoiar a organização em 2021 do Congresso Ibérico da Geografia (Salamanca) e do Congresso da Geografia Portuguesa (Coimbra), além de realizar dois encontros dos profissionais da Geografia, duas oficinas e saídas de campo. “Queremos que todos os geógrafos se sintam representados, contribuindo para a sua valorização profissional. Queremos afirmar o valor e a responsabilidade social desta área, servindo melhor a sociedade e o território com um maior conhecimento geográfico e das suas aplicações”, explica Bento Gonçalves.
Além disso, a APG pretende ser interlocutora com ministérios, administrações regionais e associações, promover protocolos com entidades congéneres dos PALOP, oficializar a sua presença na Associação Europeia de Sociedades Geográficas e afirmar a representação lusa na União Geográfica Internacional. Vai ainda articular-se com outras instituições, como a Comissão Nacional de Geografia ou a Associação de Professores de Geografia, e reforçar a sua presença online e nos media. Em www.apgeo.pt, por exemplo, pode seguir-se a realidade diária da pandemia do coronavírus no país, com dados gerais e por concelho, mapas de cores e curvas da evolução.
António Bento Gonçalves nasceu há 53 anos em França e vive em Braga. Doutorou-se em Geografia Física e Estudos Ambientais pela UMinho, onde é professor no Departamento de Geografia do Instituto de Ciências Sociais desde 1998, diretor da licenciatura em Proteção Civil e Gestão do Território e investigador no Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS). Foi coordenador local do Centro de Estudos em Geografia e Ordenamento do Território (CEGOT) e vice-presidente da Associação Portuguesa de Riscos, Prevenção e Segurança (RISCOS). Faz ainda parte da Rede Temática Internacional FuegoRED, do Grupo de Pesquisa Semiárido Brasileiro e o Contexto Geoambiental (Universidade Estadual do Ceará, Brasil) e da comissão científica de 13 revistas nacionais e internacionais. Já liderou vários projetos de I&D e publicou mais de 200 artigos, nomeadamente sobre incêndios florestais, erosão, degradação dos solos e riscos naturais.