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Pratiquemos atividade física

Diogo Cruz

Múltiplas têm sido as meta-analises a estudar os efeitos benéficos para a saúde, da prática de atividade física e, de uma forma geral, podemos dizer que a mesma está associada a uma redução do 20-30% do risco de desenvolver um enfarte agudo do miocárdio. Mas, os benefícios do Exercício físico, não são apenas na prevenção do risco cardiovascular, a título de exemplo de outros benefícios, Dinas et al conclui que os benefícios deste na depressão, são comparáveis aos tratamentos farmacológicos.

Atualmente, as sociedades internacionais recomendam, para todos os adultos, a prática de atividade física de intensidade moderada entre 150 a 300 minutos/semana ou de 75 a 150 minutos/semana se de intensidade elevada. Para aqueles que não o conseguem, por condicionantes do seu estado de saúde, recomenda, dentro das suas possibilidades, manterem-se ativos – podemos dizer que alguma atividade é melhor que nenhuma.

O Eurobarómetro de 2018 da Comissão Europeia, coloca Portugal como um dos piores países, no que concerne à prática de atividade física. 68% dos portugueses responderam que nunca se exercitavam, situação de difícil compreensão, considerando as excelentes condições climatéricas do nosso país, bem como a sua beleza natural que, por si só, deveria incentivar à prática de atividade física ao ar livre.

Talvez não seja por isso de estranhar, que a principal causa de mortalidade e de elevada morbilidade no nosso País, continuem a ser as doenças cérebro e cardiovasculares.

Somos um dos países da OCDE com melhor esperança média de vida à nascença, mas também somos um dos piores em anos de vida saudável. Vivemos muito, mas não vivemos com a qualidade de vida que todos desejamos. É importante que Portugal passe a adotar políticas de saúde, mais focadas na promoção da saúde e na prevenção da doença.

Assim, todos os contactos médico/doente, independentemente do motivo, para o qual ocorrem, deve servir também para: promover a literacia para a saúde em todas as suas vertentes; avaliar e discutir com o utente o seu risco cardiovascular; e promover/incentivar às alterações dos estilos de vida, tendo a capacidade de ajustar o nível de atividade física, às particularidades/limitações de saúde de cada pessoa, bem como à sua condição física.

Portugal, através da DGS, tem três programas prioritários de saúde, que visam a promoção e adoção de estilos de vida mais saudáveis, o programa nacional para a promoção da atividade física, o programa nacional para a promoção da alimentação saudável e o programa nacional para a prevenção e controlo do tabagismo. É necessário uma maior visibilidade e investimento nestes programas.

Está na hora de mudarmos a nossa abordagem e passarmos a incorporar uma vida mais ativa e mais saudável, no nosso dia a dia. Pequenos gestos podem promover um envelhecimento mais ativo, mais saudável e, principalmente, livre de doença. Devemos aproveitar os nossos “tempos livres” para cuidarmos de nós próprios e dos nossos.

Artigo de opinião de Diogo Cruz, médico internista e membro da Sociedade Portuguesa Medicina Interna.

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