Pedro Pichardo sagrou-se hoje campeão do mundo do triplo-salto nos Campeonatos Mundiais de Atletismo de Oregon’22, com um salto de 17,95 metros.
Foi a primeira medalha de ouro em mundiais de Pedro Pichardo, que já tinha sido segundo classificado em 2013 e 2015. O português “arrancou” a vitória logo no primeiro ensaio, com a marca de 17,95 metros. A concorrência viu logo que teria de bater recordes pessoais para ultrapassar o português.
O pódio fechou com os mesmos protagonistas de Tóquio, com Hughes Fabrice Zango (Burkina Faso) a ser segundo agora (17,55) e Yaming Zhu a ser terceiro (17,31).
A vitória de Pedro Pichardo foi concludente e os seus três primeiros saltos foram superiores a Zango.
No entanto, o recordista de Portugal não quis marcar pontos na concorrência. “Não, eu apenas pensei em mim, no trabalho que fiz para aqui chegar e queria logo colocar um salto que me desse segurança para ser campeão. Até pensei que poderia ser logo os 18 metros”, afirmou o atleta que não pensou “no que eles podiam ou não fazer. O foco tinha apenas que ser comigo. Com a minha forma e a minha vontade de passar os 18 metros”.
“No segundo salto continuei a tentar passar os 18 metros, também não saiu e tentei até que acabou a prova. Mas o mais importante e objetivo principal era ganhar a medalha de ouro e isso me deixa feliz”, afirmou Pedro Pichardo, que acabou por confessar que sentia que era o dia dele. “Quem anda no desporto sabe reconhecer o valor dos adversários, e desde a qualificação eu sabia que se conseguisse um bom salto dificilmente eles conseguiriam ultrapassar-me”, acrescentou.
“Já fui campeão olímpico, mundial, campeão europeu em pista coberta, ganhei duas Ligas Diamante, mas isso não chega. Ainda preciso de ser campeão europeu, ganhar mais troféus e, acima de tudo, melhorar as minhas marcas e continuar a perseguir o recorde mundial”, confessou o atleta.
Ao longo da zona mista, muito requisitado por vários meios de comunicação social, quando lhe perguntaram se era também uma medalha da América Latina, Pichardo respondeu que “se quiserem pensar isso é só porque nasci em Cuba, mas esta medalha é de Portugal, que foi quem me acolheu e permitiu estar a competir ao mais alto nível”, disse o campeão mundial, agradecendo e dedicando o título ao seu treinador (e pai), família, clube e staff que sempre o acompanhou.