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BragaMuseu D. Diogo de Sousa recebe mais uma “Conversa no Museu”

Museu D. Diogo de Sousa recebe mais uma “Conversa no Museu”

© CM Braga

A Fundação Bracara Augusta, em parceria com o Museu D. Diogo de Sousa, em Braga, e a Direção Regional de Cultura do Norte, realiza no próximo dia 10 de fevereiro, pelas 18:00, mais uma “Conversa no Museu”, no âmbito do ciclo de Encontros com o Património.

A sessão dará continuidade à apresentação das principais obras-primas da Coleção Bühler-Brockhaus e será dinamizada por Rui Morais, da Universidade do Porto, arqueológo e reconhecido especialista internacional em arqueologia do período clássico.

Nesta próxima sessão serão abordadas obras em terracota e vasos em cerâmica. As inscrições são limitadas ao máximo de 20 pessoas, devendo ser efetuadas através do e-mail [email protected]. A iniciativa será transmitida na página de facebook da Fundação Bracara Augusta e do Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa, onde é possível rever as iniciativas anteriores.

Píndaro, um dos maiores poetas gregos, referia-se a este tipo de objetos, “endurecidos ao fogo”, e Ateneu, destacou em particular as produções áticas, mencionando-as como “objeto de elogio”.

Os bustos de deuses e as cabeças votivas em terracota, fazem lembrar as imagens cultuadas e oferecidas nos santuários dos dias de hoje. Seguem-se uma máscara de sátiro e de um velho sileno, seres híbridos e demoníacos, ambos acompanhantes do cortejo de Diónisos, o deus do vinho. O seu sorriso parece ser um expediente para indicar o êxtase misterioso e a excitação ritual. Não menos interessante é uma placa, também em terracota, decorada com um exuberante motivo vegetal que fazia parte da ornamentação de um templo ou de um edifício público ou privado, e que se destaca pela simetria da ornamentação e a mensagem simbólica e bucólica, que alude ao crescimento, à fecundidade e à prosperidade.

Meritórios de destaque são alguns vasos com formas distintas e funções variadas, na sua maioria associados ao tema do simpósio, às festas de bebedores realizadas depois dos banquetes.

Da ática provém um jarro (oinochoe) decorado um dos maiores heróis gregos, Hércules, lutando com um deus marinho, o Tritão, luta essa presenciada por duas Nereides, ninfas marinhas gentis e generosas que fogem assustadas.

Revelando o gosto do casal, Hans-Peter Bühler e Marion Bühler-Brockhaus, são de especial interesse artístico alguns vasos produzidos na Magna Grécia, o território do sul da península Itálica, colonizado pelos gregos no âmbito da sua diáspora: um monumental e magnífico kratêr apúlio de volutas, profusamente decorado com temas da mitologia clássica, um kratêr de sino produzido na Campânia com tema Dionisíaco, e dois outros vasos de origem pestense, designadamente um krateriscos com uma interessantíssima representação de um ator de uma sátira ou comédia e uma kylix (taça) com o interior decorado com o jovem Diónisos, curvado sobre a sua esposa, Ariadne.

A sessão termina com uma das obras primas da coleção: um cálice votivo etrusco, provavelmente originário da zona do rio Tibre, nas proximidades de Veios, e que se destaca por apresentar uma muito rara e importante inscrição, interpretada como provável sacralização à deusa Luz.

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