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BragaMais de 800 pessoas passaram pelo Festival Política em Braga

Mais de 800 pessoas passaram pelo Festival Política em Braga

Iniciativa decorreu ao longo de três dias no Centro de Juventude de Braga.

© Centro de Juventude de Braga

Entre quinta e sábado, o Festival Política ocupou o espaço do Centro de Juventude de Braga com espetáculos e debates sob o mote “A hora de intervir é agora ou já”. A programação artística e de participação social chamou os jovens para a mesa das discussões mais latentes da sociedade, como os direitos LGBTQIA+, a democracia, as vozes da resistência e o significado de comunidade. Este festival colocou novamente a tónica no conceito “política”, que “vai muito para além do partidarismo”.

Durante três dias os bracarenses foram convidados a refletir e usufruir das qualidades estéticas da intervenção com iniciativas produzidas por diversos países do espaço europeu. O Festival Política, desde 2019 com uma programação anual vasta em Braga, completou a sua quarta edição no Centro de Juventude. O evento, com entrada gratuita a todos, recebeu pessoas de vários pontos do país e estrangeiros, curiosos e movidos pelas dinâmicas ocorridas durante a semana. Ao todo, passaram pelo espaço bracarense mais de 800 pessoas.

A tarde de quinta-feira abriu espaço às performances “Lost – Itália”, que pensou sobre a História e observou as profundezas do interior; e “Notícias de última hora – Portugal”, um espetáculo mediático onde o público foi convidado a debater quais direitos fundamentais prometidos pela democracia estão ainda por cumprir.

O auditório do Centro de Juventude de Braga recebeu na sexta-feira o concerto de “Fado Bicha mata o Fado, com amor”. “Resistance Redux – Países Baixos” apresentou uma interpretação visual, musical e física da vivência dos Molucanos nos Países Baixos e “You are what you eat – Eslovénia”. A apresentação “Reconhecer o Padrão”, que ocorreu na sala de convívio, combinou uma breve apresentação da revista com o lançamento do seu novo podcast, Argumentum. Na mesma tarde, o centro da cidade recebeu o concerto de Lucas Pina. O cantor são-tomense tornou-se conhecido do grande público depois da participação no Got Talent Portugal. Lançou no dia 8 de março, “Mamã”, uma ode às ações e gestos da mãe para os seus filhos.

O sábado abriu as portas a um dia repleto de atividades, iniciando-se com a oficina de fala performativa “Encontra a tua voz” que estimulou os participantes a buscarem, através de jogos e dinâmicas, diferentes formas de se expressarem. Também a oficina de canto “Vozes do mundo: um canto de protesto” encarou a voz como um “instrumento ancestral que imprime quem somos e como estamos no mundo, fazendo-se ouvir no canto de protesto”.

Segundo a organização do Festival Política, “o canto em grupo é a maneira de juntarmos nossas vozes e estarmos afinados num propósito coletivo de darmos voz ao que se quer calar.” Esta oficina trabalhou com o repertório da canção de protesto de várias partes do mundo.

“Os primeiros dias da democracia em Braga” foi a visita guiada com ponto de encontro marcado para as 10:30 na Praça Torres e Almeida, conduzida por Rui Ferreira. Esta visita evocou o advento do regime democrático na cidade de Braga a partir dos seus principais acontecimentos e protagonistas.

A tarde de sábado contou ainda com os espetáculos “Revolution is a sexually transmitted infection – França” e “A intervenção sai à rua”. O mais esperado filme português “Onde está o Zeca?”, do realizador Tiago Pereira, teve a sua estreia nacional pelas 18:00. O filme faz um retrato nacional a partir de músicos múltiplos, que usam a sonoridade como ferramenta política e como megafone das suas opiniões e críticas sociais. 

O Festival Política levou também três exposições ao Centro de Juventude de Braga: “História LGBT+ de Portugal”, “Afinal quantas pessoas se abstêm em Portugal?” e “Polarização afetiva: Causas e implicações para o sistema democrático”.

O Festival Política teve ainda em conta a acessibilidade dos cidadãos. Todas as sessões de cinema foram legendadas em português, incluindo as de língua portuguesa. As exposições foram acompanhadas por audiodescrição e todas as sessões restantes tinham presença de um intérprete de língua gestual portuguesa. 

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