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Investigador da Universidade do Minho explica como os microempresários podem singrar

Um microempresário de sucesso em Portugal precisa de experiência, de apoio familiar, de clientes regulares e de ter consciência da qualidade dos seus produtos e serviços. A conclusão é de Paulo Reis Mourão, professor da Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho, num estudo publicado na revista “Applied Economics”. Por outro lado, o autor frisa que custos fixos altos, má localização e períodos de crise económica reduzem significativamente a duração do negócio.

As microempresas e PME suportadas por microcrédito tendem a ter altas taxas de morte e de nascimento em Portugal e no mundo. Porém, há exemplos de sucesso – o microcrédito criou oportunidades de negócio e empreendedorismo com impacto económico-social. Paulo Reis Mourão decidiu explorar o que leva um microempresário em Portugal ao êxito. “Há perfis pessoais relevantes num microprojeto – como ter experiência, confiança na sua oferta e boa rede de apoio e de clientes -, que não tinham sido ainda bem analisados pela ciência. Mas importa aliar outros fatores, como custos fiscais e de localização, que podem influenciar o resultado”, refere.

Empreendedores locais podem ter taxas de sobrevivência diferentes, porque uns olham-nos como fonte de valor, de preservação cultural e de estímulo de inovação, mas outros olham-nos como um parente pobre, afirma. Entre os casos de excelência estão centros de negócios como o Brigantia EcoPark, em Bragança: “Crescem em valor, em emprego gerado e em contratos celebrados, fazendo de microempreendedores e de microempresas iniciativas que atraem do melhor para o interior do país e não só”, elucida o também investigador do Núcleo de Investigação em Políticas Económicas e Empresariais (NIPE) da UMinho.

O seu estudo, intitulado “On the different survival rates of Portuguese microbusinesses – the case of projects supported by microcredit”, propõe que os microempresários possam receber know-how de gestão e finanças, para mais facilmente lidarem com burocracias e controlarem custos e impostos. Defende ainda que possam treinar ferramentas, recursos e redes digitais, para alargarem o volume de clientes imediatos e potenciais. Sugere-se também a consolidação de uma rede de microempreendedores, para partilharem experiências, dificuldades e soluções.

Reis Mourão desafia igualmente a Associação Nacional de Direito ao Crédito, que promove o microcrédito em Portugal, a lançar um estudo amplo sobre os microempreendedores do país. “Após o atual cenário único da pandemia, e fazendo fé na história económica, momentos de oportunidades surgirão e, com eles, o microcrédito e outras iniciativas poderão ser devidamente alavancadores”, remata.

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