A Unidade Local de Saúde de Braga disponibilizou, ao longo do dia de ontem, rastreios gratuitos ao cancro da cabeça e do pescoço, nos Serviços de Otorrinolaringologia e Estomatologia, nas Consultas Externas do Hospital de Braga.
Dinamizada pelos Serviços de Oncologia, Otorrinolaringologia e Estomatologia, a iniciativa decorreu no âmbito da 12.ª Semana de Sensibilização para o cancro da cabeça e do pescoço. O projeto surgiu em resposta ao desafio lançado pelo Grupo de Estudos do Cancro da Cabeça e Pescoço e pela Make Sense Campaign, com o objetivo de aumentar a sensibilização para esta patologia e alertar a população para a importância da sua prevenção e do diagnóstico precoce.
O cancro que afeta as regiões da cabeça e do pescoço tem como fatores de risco mais frequentes o consumo de álcool e tabaco, que quando consumidos em conjunto, potencia o efeito cancerígeno do tabaco. Há um fator de risco novo que tem aparecido, que é o HPV, mais predominante nas gerações mais novas e que está associado a esta patologia. O cancro pode ser detetado através de vários sintomas. “A nível da boca podemos ter lesões na língua, na mucosa jugal que parecem aftas, mas que não cicatrizam, normalmente associados a má higiene bucal e traumatismo dentário. Quando falamos de problemas ao nível da faringe, temos dor ao deglutir os alimentos muitas vezes a dor irradia para o ouvido. Ao nível da laringe é possível detetar alguns sinais que podem justificar a análise médica, como a rouquidão que se arrasta há mais de um mês. Além disso, se notarmos uma pequena massa/nódulo indolor, na zona do pescoço, que vai crescendo, podem carecer de aconselhamento médico para despistar qualquer problema associado ao cancro da cabeça e do pescoço”, elencou Luís Dias, diretor do Serviço de Otorrinolaringologia da Unidade Local de Saúde de Braga.
A recomendação do médico otorrinolaringologista passou por realçar a importância do diagnóstico precoce, o que pode evitar tratamentos mais complexos. Luís Dias afirmou que este tipo de cancro aparece, normalmente, em pessoas com idade superior a 40 anos, embora comecem a surgir utentes mais novos.
Em Portugal, são diagnosticados entre 2500 e 3000 novos casos por ano com esta patologia, mais de metade em estado avançado quando diagnosticados.