Doze artistas de Celorico de Basto na área do desenho, pintura, escultura e cerâmica, foram convidados a expor algumas das suas obras de arte na Casa da Terra “um espaço de promoção e desenvolvimento cultural e patrimonial local”.
Durante a cerimónia oficial de inauguração desta exposição, que decorreu ontem, o presidente da Câmara Municipal de Celorico de Basto, José Peixoto Lima, agradeceu aos artistas presentes por exporem neste local, “um espaço de promoção e desenvolvimento cultural e patrimonial local. Esta casa, a casa da terra foi reabilitada para este efeito, para ser um friso da nossa história, a porta de entrada no nosso concelho, onde estarão expostas as tradições, usos e costumes mas também ações permanentes como esta exposição. Que dar uma palavra de apreço, a todos os artistas presentes, ainda não criamos as condições ideais para que toda a criatividade seja vista, exposta e admirada pela comunidade, mas estamos a trabalhar afincadamente nesse sentido”.
O autarca reforçou, durante a intervenção, que “este Executivo Municipal dará à cultura o destaque que ela merece e não se restringirá a atividades como esta mas ao património reconstruido e ao património imaterial. Estão a ser desenvolvidos um conjunto de trabalhos que merecem o nosso destaque. As estações de caminho-de-ferro, contiguas à ecopista, estão a ser intervencionadas e acarretam um património azulejar único, que está, também ele, a ser intervencionado por um grupo de 6 especialistas. Na zona do rio Freixieiro, existe um conjunto de infraestruturas que foram vandalizadas e que estão a ser alvo de intervenção”.
O autarca reforçou a importância da cidadania para a “a preservação daquilo que é de todos, dos espaços comuns”. Fez ainda referência ao antigo ciclo preparatório “que está a ser alvo de uma grande intervenção onde ficará instalada a ‘oficina da música’, havendo ainda espaço para que todas as iniciativas que venham a ser realizadas de forma associativa possam ser acolhidas e realizadas nas melhores condições. O auditório da Casa do Prado será a Casa do Teatro, a escola primária de Gémeos será um espaço ligado à arte e à cultura. Esta forma de encarar o desenvolvimento artístico tem-nos levado a tratar de outros projetos com ideias próprias. Reunimos com a Universidade de Trás os Montes e Alto Douro e a Cooperativa Árvore, formalizando um protocolo para acrescentar mais à festa das camélias, potenciando este património natural trazendo cultura e arte criativa ao tema, criando um verdadeiro laboratório da camélia”.
A inauguração contou também com a intervenção da curadora da exposição, Carminda Andrade, que observou que esta exposição procurou “juntar o que a terra tem de artistas nesta 1ª exposição, aqueles artistas que conhecemos, que vão mostrando obra, mas tenho a certeza que existem muitos mais nesta terra. A produção artística é o desenvolvimento cultural da comunidade. Infelizmente nas escolas a carga horária de educação visual tem vindo a diminuir o que também vai ter repercussões na arte”.
Carminda Andrade salientou que “não é fácil viver das artes, ainda há um longo caminho a fazer na valorização dos artistas. Recordo-me de expor em Guimarães e o único conterrâneo que esteve presente foi o atual Presidente da República, é preciso criar gosto pela arte”. A curadora regozijou-se e enalteceu o Município por “estar a fazer um trabalho de promoção artística tão nobre. Por vezes temos que criticar, uma crítica construtiva para levar à ação, hoje estou muito feliz e grata”.
A exposição conta com obras únicas, muitas das quais apresentadas pela primeira vez ao público. Os autores das obras expostas Carminda Andrade, Rosa Magro, Rui Almeida, Nuno Cruz, Vitor Resende, Maria Berta Torres, Carlos Jorge Malafaya, Andrêa Silva, Domingos Silva, Teresa Guimarães, António Salvador, José Lopes Cardoso, apresentam várias artes com técnicas específicas que foram aprimorando ao longo dos anos.