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Estudo da UMinho conclui que professores dividem-se sobre medidas tomadas na pandemia

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Os professores dos ensinos básico e secundário em Portugal, que responderam a um estudo da Universidade do Minho (UMinho), dividem-se na avaliação das medidas tomadas pela tutela no último ano para responder aos efeitos da pandemia nas escolas. O estudo do Centro de Investigação em Educação (CIEd) da Universidade do Minho foi agora apresentado, com a presença do secretário de Estado da Educação, João Costa.

A investigação “Perceções dos professores sobre o ensino à distância” consistiu num inquérito online em janeiro, com a colaboração das duas associações de diretores de escolas públicas, ao qual responderam 280 professores. Aqueles docentes avaliaram as políticas públicas aplicadas no primeiro confinamento (recursos no ensino à distância, acesso a computador e Internet, iniciativa #EstudoEmCasa, entre outras) e avaliaram também o arranque do presente ano letivo (recuperação das aprendizagens e condições sanitárias, por exemplo). No global, as medidas do Ministério da Educação foram consideradas inadequadas para 44% dos inquiridos, enquanto 35% concordaram e os restantes 21% não emitiram opinião.

A falta de condições sanitárias nas escolas foi a maior preocupação registada, destacou o coordenador do estudo, José Augusto Pacheco, também professor catedrático do Instituto de Educação da UMinho. Em concreto, muitos docentes alertaram para não se ter cumprido o distanciamento social, não se ter dividido turmas para reduzir o número de alunos por sala de aula ou não ter havido desfasamento de horários para se evitar tantas pessoas em simultâneo nos estabelecimentos de ensino. “Isto acentuou a situação de risco de professores, alunos e funcionários”, referiu o responsável, que no CIEd teve a parceria dos investigadores José Carlos Morgado, Joana Sousa e Ila Beatriz Maia.

Sobre o período de março a junho de 2020, a maioria dos professores inquiridos concordou que a adoção quase generalizada do ensino à distância exigiu uma adaptação às tecnologias digitais, funcionou por diversos canais de mediação, aumentou a burocracia, gerou um “novo normal” escolar, alterou a relação professor/aluno, agravou as desigualdades entre alunos nas suas aprendizagens, reduziu o nível das aprendizagens e penalizou mais os estudantes alvo de educação inclusiva. Quanto ao início do ano 2020/21, o grosso dos docentes anuiu, por ordem, que isso significou o regresso ao ensino presencial, que as tecnologias digitais se tornaram parte do seu quotidiano e das salas de aula, que houve consolidação das aprendizagens e que os alunos puderam recuperar o apoio pedagógico presencial.

Por outro lado, os professores inquiridos sugeriram, na sequência deste quadro sanitário, a valorização da educação para a cidadania centrada em problemas dos alunos, a adaptação do currículo ao contexto destes, as práticas curriculares que evidenciem os resultados, a autonomia curricular da escola e uma maior consciencialização ambiental. Admitiram igualmente que a escola “adquiriu protagonismo social” na pandemia, o que deu alguma satisfação pessoal e profissional aos docentes, mas esse contexto sanitário não contribuiu para valorizar a sua profissão. Aliás, os professores mostraram nas perguntas abertas do estudo “uma vontade clara em manifestar a sua posição sobre o impacto da pandemia no seu trabalho”, verificou José Augusto Pacheco. O CIEd pretende agora aprofundar a investigação sobre o tema, englobando uma perspetiva mais interdisciplinar e usando uma amostra mais significativa.

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