Oito dezenas de estudantes da Escola de Ciências da UMinho (ECUM) estão a inventariar a fauna e a flora existentes no campus de Gualtar, em Braga, para que possa ser criado um trilho interpretativo na zona do pinhal. Acompanhados por cinco professores e um técnico, os jovens fotografam aves, insetos, plantas, répteis e pequenos mamíferos.
O projeto chama-se BioCampus e possibilita “uma aprendizagem no terreno”, ao mesmo tempo que “poupa muitos recursos em sala de aula, já que não se transportam organismos para a sala, e gera-se uma motivação extra para os estudantes”, avança Fernanda Cássio, que é mentora da ideia, professora do Departamento de Biologia e investigadora do Centro de Biologia Molecular e Ambiental.
O projeto começou a ser desenvolvido em 2021, com o apoio do Núcleo de Estudantes de Biologia Aplicada, e envolve atualmente alunos das licenciaturas de Biologia Aplicada, Biologia e Geologia, Ciências do Ambiente, do mestrado em Biodiversidade, Ecologia e Alterações Globais e, ainda, do doutoramento em Biologia Molecular e Ambiental. Os jovens têm fotografado as espécies e identificaram animais e plantas como o sobreiro, o pinheiro manso, o alecrim, a abelha carpinteira e o carvalho alvarinho, entre outros.
As fotografias dos organismos deverão ser depois colocadas em painéis informativos ao longo de um trilho no pinhal, à semelhança do que já existe noutros locais próximos, como as margens do rio Este. “Vemos uma ave, por exemplo, e identificamos; as imagens vão também ser colocadas num site e nas redes sociais, como o instagram. Este ano queremos concentrar-nos na parte da inventariação, mas gostávamos que o projeto abrangesse também o campus de Azurém, em Guimarães”, refere a aluna de mestrado Ana Castro.
Criação de borboletário e melhoria do charco
Outros objetivos do projeto passam pela melhoria do charco que existe no campus de Gualtar, para atrair mais fauna, e também pela criação de um borboletário, eventualmente no Parque do Picoto, perto do centro de Braga. “Já falámos com a Câmara Municipal e lá há muitas borboletas, seria muito interessante, até porque a polinização seria fácil”, conclui Fernanda Cássio.