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Especialistas debatem em Braga a importância do diagnóstico para a segurança dos doentes

No Dia Mundial da Segurança do Doente.

© ULS Braga

A Unidade Local de Saúde de Braga assinalou, esta terça-feira, o Dia Mundial da Segurança do Doente, com a Tertúlia “O diagnóstico correto como alicerce de um resultado seguro”. A iniciativa reuniu especialistas da área no Memorial ao Trabalho Infantil – DST group, em Braga, sob o mote lançado pela Organização Mundial de Saúde “Melhorar o Diagnóstico para a Segurança dos Doentes”, através do slogan “Faça-o corretamente, torne-o Seguro”.

O painel compôs-se com a presença de especialistas de Medicina e na segurança do doente, como José Fragata, Jorge Correia-Pinto e Paula Rodrigues.

José Fragata enalteceu a importância da comunicação, que disse ser “um dos pilares que sustentam a boa condução até um diagnóstico sem percalços”. O espaço de comunicação entre profissionais e utentes e de profissional para profissional foi um dos argumentos abordados pela mesa, que, segundo os oradores, pode encurtar significativamente a margem de erro na realização de um diagnóstico clínico”, referiu.

“O erro está associado à inexperiência, seja na medicina, seja na engenharia”, lançou Jorge Correia-Pinto para o anfiteatro a céu aberto. O médico cirurgião desconstruiu a diferença da experiência que distancia o médico com 40 anos de carreira um médico recém-chegado ao hospital, como “fator crucial no diagnóstico sem erros”.

O evento propôs uma analogia entre a saúde e a construção civil, uma vez que um diagnóstico seguro está para a saúde da mesma forma que um projeto seguro está para a construção civil.

“Enquanto responsáveis pela segurança, temos de garantir o devido acompanhamento junto das equipas, em todas as fases. No hospital, o diagnóstico surge logo na triagem e prossegue com encaminhamento do utente e eventual prescrição de receitas médicas. Na construção civil, podemos aplicar o mesmo conceito. Para garantir um projeto seguro, sem erros, acompanhamos de perto todas as fases da sua elaboração”, exemplificou Paula Rodrigues.

A tertúlia concluiu que a segurança do diagnóstico “pode ser significativamente melhorada, dando a devida atenção aos fatores cognitivos, à automatização de processos, ainda que não em excesso, e dos processos de saúde que conduzem ao erro”. A discussão passou pela vulnerabilidade das organizações em questões como as falhas de comunicação entre profissionais de saúde ou entre estes e os utentes, na área da construção civil, cargas de trabalho elevadas, um ineficaz trabalho em equipa e fatores cognitivos relacionados com o treino dos profissionais, o fator experiência, a fadiga e o stress, como fatores inerentes ao possível erro no diagnóstico.

“A segurança do diagnóstico é fundamental para a qualidade dos cuidados de saúde. A tertúlia realizada ontem, no Dia Mundial da Segurança do Doente, destacou a importância de abordagens integradas e de processos cuidadosamente monitorizados, inspirando-se em modelos de segurança bem-sucedidos de outras áreas. A comunicação eficaz, a gestão de equipas e a atenção aos fatores cognitivos emergiram como elementos cruciais para a prevenção de erros de diagnóstico. Reforçamos o compromisso com a melhoria contínua, assegurando que cada passo do processo de diagnóstico seja acompanhado pela segurança e pela excelência no cuidado do doente”, reforçou Sílvia Oliveira, coordenadora do Gabinete do Risco da Unidade Local de Saúde de Braga.

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