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Cruz Vermelha Portuguesa registou aumento de 73% em pedidos de apoio social

Número de pessoas em situação de sem-abrigo também subiu 80%.

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A Cruz Vermelha Portuguesa registou um aumento geral de 73% nos pedidos de apoio social.

“Este é um reflexo da crescente vulnerabilidade da população num contexto de empobrecimento e aumento do custo de vida. Este cenário crítico leva a que quase dois milhões de pessoas em Portugal estejam em risco de pobreza, com um em cada quatro cidadãos a enfrentar dificuldades para satisfazer as suas necessidades básicas”, refere a Cruz Vermelha.

Em consequência a esta situação, o apoio a pessoas em situação de sem-abrigo também cresceu significativamente, com o número de pessoas apoiados pela Cruz Vermelha a aumentar em 80% entre 2022 e 2023, passando de 389 para 1.986. Este crescimento evidencia a grave realidade da pobreza e da exclusão social no país, sublinhando a necessidade urgente de intervenção e suporte para aqueles que mais necessitam.

“A erradicação da pobreza é um desafio urgente que exige ação coletiva e compromisso. O aumento no número de pessoas em situação de sem-abrigo apoiadas pela Cruz Vermelha Portuguesa reflete não apenas a gravidade desta realidade, mas também a nossa determinação em enfrentá-la. Com a implementação de programas integrados e um trabalho contínuo ao lado das comunidades mais vulneráveis, estamos a garantir que mais pessoas possam encontrar apoio, autonomia e dignidade. Só através de um esforço conjunto conseguiremos quebrar o ciclo da pobreza e construir um futuro mais justo para todos”, afirma António Saraiva, presidente nacional da Cruz Vermelha Portuguesa.

No ano passado, a Cruz Vermelha Portuguesa implementou diferentes tipos de apoio a famílias em situação de vulnerabilidade através do Programa Mais Feliz, resultando num aumento de 23% nos casos apoiados e de 53% no valor disponibilizado, comparativamente a 2022. Uma parte significativa desses pedidos resultou em apoio económico para a aquisição de bens essenciais, como alimentação, renda, água, eletricidade e gás.

No âmbito do apoio alimentar, a Cruz Vermelha Portuguesa integrou mais de 60.000 pessoas, apoiadas por 92 Estruturas Locais distribuídas pelo país. Através de parcerias na área alimentar, foram distribuídos géneros, vouchers e cartões alimentares, reforçando a atribuição do Cartão Dá CVP, que aumentou em 59% o número de pessoas abrangidas, totalizando 8.314 beneficiários. Dados recolhidos indicam que 74% dos titulares do Cartão são mulheres, sendo 56% delas entre os 30 e 50 anos. Além disso, 35% dos titulares são famílias monoparentais e 34% são casais com filhos, com uma média de três filhos por agregado familiar. Atualmente, 44% estão desempregados e 27% têm emprego por conta de outrem.

Legumes frescos, mercearia diversa e carne são os produtos mais adquiridos pelas famílias que, sem este apoio, não conseguiriam atender às suas necessidades básicas, valorizando a possibilidade de escolha que lhes confere autonomia e dignidade através deste cartão.

“Em Portugal ainda existem situações em que não há garantia de acesso regular a uma alimentação suficiente, adequada e culturalmente aceitável, resultante não apenas de condições económicas insuficientes, mas também de uma iliteracia alimentar. O aumento do risco de pobreza e exclusão social entre trabalhadores, desempregados, inativos, famílias monoparentais e numerosas revela fragilidades nas dimensões da recuperação económica e social nos últimos anos”, acrescenta o comunicado da Cruz Vermelha Portuguesa.

A Cruz Vermelha Portuguesa tem, ainda, respostas integradas de apoio à habitação para pessoas em situação de sem-abrigo através do programa Housing First, onde se prioriza a capacitação psicossocial, proporcionando habitação digna, permanente e individualizada, com acompanhamento contínuo. Além de apoiar o pagamento de rendas, o programa garante mobiliário e serviços essenciais, assegurando a dignidade dos beneficiários. Outra resposta de apoio a pessoas em situação de sem-abrigo é o Centro de Acolhimento Temporário no Estoril, pioneiro na possibilidade de os residentes levarem consigo os seus animais de estimação, promovendo a inclusão e a continuidade de laços afetivos, fundamentais para a plenitude da sua recuperação e reintegração.

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