O XVII Congresso Ibérico, que Barcelos acolhe até este sábado, foi o palco primordial para a apresentação do maior investimento de sempre a ser feito em Barcelos em termos de mobilidade. Serão 75 milhões de euros que o Município irá investir nos próximos quatro anos.
Durante a apresentação do painel “A bicicleta em Barcelos”, o professor do IPCA, José Baptista da Costa, apresentou a estratégia de mobilidade urbana em Barcelos, em que o “O Cérebro da Cidade Digital” e o “TUBA – um som na cidade” assumem o protagonismo.
A par de outros projetos, haverá a disponibilização aos barcelenses de 700 bicicletas, 500 através de um processo de partilha, denominado “Bike Sharing”, ao qual se alia o “UBike” do IPCA. Este programa irá permitir que Barcelos antecipe a meta de 10% de utilizadores regulares de bicicleta prevista na ENMAC – Estratégia Nacional da Mobilidade Ativa para as cidades.
O “Bike Sharing” irá possuir um sistema de localização GPS, mediante o qual as bicicletas serão desbloqueadas através de aplicativos móveis com a possibilidade de reserva antecipada.
Para além da instalação de passadeiras inteligentes e semaforização, a cidade será dotada de sensores de contagem de peões, bicicletas e viaturas; monitorização da qualidade do ar com sensores de temperatura, humidade e pressão atmosférica, monóxido de carbono, dióxido de nitrogénio, dióxido sulfúrico, pó e ruído. “Trata-se de uma plataforma que irá receber e agregar os dados, por forma a otimizar as operações do dia a dia. Permitirá gerir melhor a cidade sabendo, por exemplo, de que forma o ambiente afeta diretamente a oferta e o comportamento do transporte público, do ‘Bike Sharing’ ou o uso do transporte individual. Esta plataforma será escalável, podendo vir a integrar outras funcionalidades, tais como a gestão da iluminação pública ou dos RSU – Resíduos Sólidos urbanos”, detalhou Baptista da Costa.
“As tecnologias integradas nestas iniciativas na área da mobilidade vão gerar um volume considerável de informação, à qual se somam sensores de tráfego e sensores ambientais. Todos estes dados serão agregados no ‘Cérebro da Cidade Digital’, que, depois de trabalhados, serão disponibilizados a quem deles necessita. O ‘Cérebro da Cidade Digital’ receberá, em tempo real, informação da bilhética integrado com o SAE – Sistema de Ajuda à Exploração –, que permite conhecer a localização do veículo, número de clientes e disponibilizar informação aos utilizadores do sistema de transporte”, rematou Batista da Costa.
Por sua vez, Tomás Allen, responsável pelo projeto da primeira fase da rede ciclável de Barcelos, destacou “o sentido unidirecional da rede, a possibilidade de ter utilizada por todos, incluindo crianças, a perfeita convivência com o peão, a maximização da segurança do ciclista e a fluidez do trânsito”.
Elencou também os princípios associados à melhoria das condições operacionais e de rebatimento do transporte público, como “a instalação de passadeiras inteligentes, a construção de pequenos edifícios modulares para apoio ao passageiro do transporte público e ao ciclista, a criação de abrigos confortáveis e com imagem moderna e a instalação de iluminação adequada”.
Por fim, Maria Luísa Carvalho, responsável pela identidade do novo sistema de mobilidade de Barcelos, explicou a identidade do TUBA, a nova marca do sistema de mobilidade de Barcelos, que nasceu da associação à cultura da cidade e inspirada no instrumento musical tuba.