O Tribunal de Contas deu “luz verde” à Câmara de Braga relativamente ao processo de internalização da SGEB, parceria público-privada para a construção de relvados e equipamentos desportivos.
O Município prepara-se agora para adquirir a totalidade das participações sociais dos parceiros privados (51%) e extinguir a mesma, incorporando a atividade desta sociedade nos serviços municipais.
Para além da concessão do visto ao contrato, na sua comunicação ao Município o Tribunal de Contas recomendou que “em procedimentos futuros de realização de Parceiras-Público-Privadas, e outros que impliquem encargos duradouros aos quais correspondente ónus sobre as gerações futuras, se respeite a legalidade”. Em particular, o Tribunal de Contas apontou o “dever de boa administração, o princípio do interesse financeiro e o princípio da equidade intergeracional, de modo a não onerar excessivamente as gerações futuras, salvaguardando as suas legítimas expetativas”.
Ricardo Rio, presidente da Câmara Municipal de Braga, sublinha que “a extinção da SGEB é um compromisso assumido pelo atual executivo desde o primeiro mandato que finalmente foi possível concretizar”.
“Por uma opção política ruinosa e lesiva do interesso público, o anterior executivo socialista optou por pagar quase o dobro do que custaria um financiamento bancário para os mesmos projetos, através de uma dívida encapotada, diluída em rendas a pagar ao longo de 25 anos. Essa decisão resultou no gasto de dezenas de milhões de euros do erário público”, disse o autarca, avançando que neste momento se está “a corrigir um enorme erro de gestão autárquica e a colocar um ponto final num período de despesismo e irresponsabilidade”.
“A extinção da SGEB representa um ganho significativa para os cofres municipais, que pode ascender aos cerca de 30 milhões de euros. Caso tivesse sido possível liquidar a SGEB de imediato, teríamos poupado algumas outras dezenas de milhões de euros”, lembra Ricardo Rio, agradecendo o contributo de Fernando Medina, antigo ministro das Finanças, na obtenção de uma solução que “em muito vai beneficiar os bracarenses e os futuros executivos municipais”.
O Município apresentou aos parceiros privados uma proposta de aproximadamente 15 milhões, que resulta da avaliação da participação do privado no capital social (51%), mas também da necessidade de repor o equilíbrio financeiro do contrato inicial.