Os bracarenses e as empresas de Braga têm à sua disposição uma ferramenta que os ajuda a perceber qual o potencial dos seus edifícios para a instalação de painéis fotovoltaicos e de coberturas verdes (bio-roofs). Através de uma plataforma online, é possível simular e quantificar o investimento, a poupança anual e o tempo de retorno desse mesmo investimento, no caso da instalação de painéis solares.
O projeto resulta de uma candidatura do Município de Braga ao European City Facility (EUCF), que garantiu um financiamento de 60 mil euros, para avançar com um estudo de potencial e viabilidade técnica e financeira para o aproveitamento de energia solar fotovoltaica e de instalação de bio-roofs nos edifícios da Cidade e nos espaços industriais.
Durante o estudo, onde foram analisados mais de 50 mil edifícios numa área superior a metade da parte urbana da Cidade, assim como os polos industriais, concluiu-se que, em caso de aproveitamento total dessa área, seria possível uma produção de 160 gigawatts por ano na geração de energia de fonte renovável. Um número que se traduziria na redução das emissões de CO2 em 35.524 mil toneladas por ano.
“Este é um projeto inovador a nível nacional e um contributo gigantesco para ajudar a atingir as metas da neutralidade carbónica até 2050. Através desta plataforma é possível saber o potencial fotovoltaico de cada um dos edifícios que foram analisados, que tanto pode ser uma habitação própria ou um complexo industrial e, através de um simulador, qualquer pessoa pode introduzir os valores da sua fatura de energia e calcular o investimento e os ganhos em termos energéticos quer para o utilizador como para o meio ambiente”, referiu Altino Bessa, vereador da Câmara Municipal de Braga, durante a apresentação do projeto que decorreu esta sexta-feira, no Altice Forum Braga.
Nesse sentido, o vereador deixou o apelo às associações empresariais para que avaliem o seu potencial para a implementação de painéis solares e de bio-roofs. “Vivemos tempos de crise energética e a Europa está à procura de produção de energia alternativa aos combustíveis fósseis. A energia eólica e a fotovoltaica apresentam um grande potencial para futuro que se pretende auto-sustentável em termos energéticos”, concluiu o vereador.
O mapeamento foi efetuado com recurso a drones e o processamento da informação com base na fotogrametria, o que possibilita obter os parâmetros específicos para cada edifício, assim como uma simulação da instalação de diferentes potências fotovoltaicas. Um serviço que, segundo Carlos Silva, administrador da InvestBraga, é “muito útil” às empresas e às famílias, num período em que é necessário encontrar soluções para o problema energético.
“Esta é uma preocupação de quem está no terreno e os Municípios têm um papel importante na ajuda da definição das melhores estratégias para as empresas e para as famílias. No campo da atuação da InvestBraga, vamos difundir este projeto pelas empresas ajudando-as a ter uma percepção das diferentes variáveis para que elas possam tomar decisões quanto ao tipo de investimento e o consequente retorno financeiro”, referiu Carlos Silva, garantindo que o projeto será utilizado também pela InvestBraga “para perceber o impacto na gestão da energia nos nossos edifícios”.
Os painéis fotovoltaicos são colocados, geralmente em telhados rasos, sendo colocadas as placas de plástico que sustentam os painéis cobertos no substrato, permitindo que a água da chuva seja drenada e o crescimento de vegetação se dê abaixo dos painéis.
Já o bio-roof, consiste numa camada de vegetação plantada sobre um sistema de impermeabilização, que é instalada no topo de um telhado plano ou ligeiramente inclinado, permitindo a amenização da temperatura, melhorando a performance dos painéis fotovoltaicos, uma vez que as temperaturas mais baixas, são benéficas para o seu funcionamento.