
Os Quadros Bíblicos nas margens do Rio Este servem de inspiração das Festas de São João de Braga, que, este ano, voltam a encher a cidade de festa, tradição e devoção.
No feriado de Corpo de Deus, o São João de Braga vive um dos dias mais marcantes da edição deste ano. Da solenidade da procissão à emoção da música e da partilha, o terceiro dia da maior festa popular do país é uma verdadeira celebração de fé, tradição e criatividade coletiva.
A manhã começou com a habitual Novena a São João Baptista, na Igreja de São Paulo. À tarde, a cidade aquece ao ritmo da Arruada do Clube Raiz, com percussão comunitária em movimento a partir do Arco da Porta Nova, enchendo as ruas do centro histórico de energia. Às 18:00, a imponente Procissão do Corpo de Deus cumpre a centenária tradição, expressão viva de fé, percorrendo as ruas da cidade com reverência e devoção.
Ao início da noite, a Avenida Central será palco de um dos momentos altos do dia: o espetáculo (E)fusões Sanjoaninas. Protagonizado pelas associações parceiras Rusga de S. Vicente de Braga – Grupo Etnográfico do Baixo Minho, este projeto artístico é uma poderosa fusão entre o passado e o presente. De um lado, os sons do cancioneiro tradicional das festas sanjoaninas; do outro, novos elementos rítmicos e acústicos do século XXI.
Simultaneamente, na Praça da República, a música tradicional infantil brilha com “O Cavaquinho na Escola”, enquanto o Museu dos Biscainhos acolhe um momento especial: a apresentação do projeto CORDÃO — Coro de Doentes e Amigos Oncológicos. Esta iniciativa, promovida pela Faz Cultura e apoiada pela Fundação Calouste Gulbenkian e pela Fundação “la Caixa”, nasceu da vontade de criar um espaço onde cantar também é cuidar, transformando a experiência de quem vive com cancro em arte e comunhão. Com direção artística de Joana Machado Araújo e Ricardo Baptista e direção técnica de Catarina Portela, o projeto promete comover o público presente com a força da sua mensagem.
A noite sanjoanina termina com mais dois espetáculos que reforçaram a ligação entre tradição e identidade: o concerto “Cantemos o S. João”, na Igreja de São João do Souto, e “Canto D’Aqui”, no Parque da Ponte, que levarão a música popular portuguesa ao encontro de várias gerações.