
O nosso querido filho Bruno, autista, com 98% de multideficiência, de 37 anos de idade, está em casa desde quinta-feira, inclusive, estando a IPSS encerrada desde sexta a segunda-feira. É Páscoa… Segunda-feira é igual…
Atravesso uma dura doença, uma recidiva metastizada, cujo tratamento no Hospital de Braga me tem atirado abaixo, tendo imensas dores, não saindo de casa a não ser para ir ao hospital, há mais de dois meses e meio.
A instituição não nos garante, desde há uns bons tempos, um bom serviço no CACI, neste caso no Polo de Vila Verde, em horário de expediente.
Recebo por correio eletrónico várias e duras queixas e críticas de um grupo de pais, devidamente identificados, que não conheço pessoalmente, sobre o ‘mau’ funcionamento da instituição e de várias outras valências da associação.
Este assunto tem barbas. É do conhecimento do anterior e do atual MTSSS, do Centro Distrital da Segurança Social de Braga, da Inspeção Norte da Segurança Social — Porto, e, segundo comunicação desta, do Ministério Público, por motivos encontrados nos diversos atos inspetivos.
O que se solicita com urgência? Que haja uma atitude de quem de direito. Não sei quem tem razão nesta guerra de interesses em torno da direção da instituição, sei que os prejudicados são os nossos filhos, clientes, e nós seus familiares, que estamos a pagar os desmandos que outros cometeram em nome da IPSS. E estamos a pagar bem caro, em todos os aspetos!
Não são só precisas residências universitárias e lares de acolhimento para imigrantes na cidade de Braga e no país — são, sobretudo, precisas instituições sociais, ou outras estatais, honestas e capazes de suprir a extrema e exigente necessidade de atender aos nossos filhos, já nos CACI’s e, em breve, pela lei da vida, em lares residenciais.
Há eleições à porta, legislativas e autárquicas, até lá veremos o que uns e outros farão, ou se tudo continuará igual como até aqui. Responderemos de acordo!
Artigo de Mário Relvas.