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AEMinho apela à responsabilidade política

"A economia, as empresas e os trabalhadores precisam de foco dos seus governantes no progresso", defende Ramiro Brito, presidente da AEMinho.

Ramiro Brito © Nuno Sampaio

A Associação Empresarial do Minho (AEMinho), perante a conjuntura política atual, com as sucessivas moções de censura e a apresentação da moção de confiança, apelou à responsabilidade política.

Em comunicado enviado à Braga TV, Ramiro Brito, presidente da AEMinho, refere que “não podemos viver num país que quer (e bem) políticos que tenham experiência e que venham acrescentar à vida política portuguesa e depois exigirmos que eles, quando chegam ao poder, não tenham histórico. O histórico que nós devemos atentar refere-se à sua carreira profissional, se foi revestida de princípios de ética, de idoneidade e de lisura”.

“Se o simples facto de um político ter tido uma empresa que interagiu com outras empresas que se relacionam com o Estado, e, sejamos claros, o número de empresas em Portugal que interagem com o Estado é enorme, então nós vamos reduzir a nossa possibilidade de escolhas para cargos políticos a um número absolutamente irrisório. Pior, vamos contrariar o princípio que nós estamos a defender. Vamos passar a ter políticos de carreira, sem experiência nenhuma, e que, claramente, não irão acrescentar valor ao país”, acrescenta Ramiro Brito.

Para o presidente da AEMinho, “faz sentido que o primeiro-ministro dê explicações, quando lhes são pedidas, sobre como a sua empresa desenvolveria atividades. A empresa, por si, como uma entidade que é detentora de personalidade jurídica, tem o direito ao sigilo dos seus clientes. Não é exequível exigir a um primeiro-ministro que toda a sua família deixe de trabalhar onde trabalhava, para que ele seja Pprimeiro-ministro. Portanto, tudo isto foi claramente exagerado e está revestido de um jogo político, onde, na nossa opinião, todas as partes se portaram mal”.

“Portaram-se mal as partes que tentaram usar estes episódios absolutamente irrisórios para desviar as intenções de outros episódios mais graves que ocorreram, eventualmente, na sua esfera política. Portaram-se mal os partidos do arco da Governabilidade, porque entraram no jogo e, em vez de serem os primeiros a defender e a manter a elevação da Assembleia da República e o foco naquilo que realmente importa ao país, entraram no circo que aqui foi criado. Não eleva o governo quando entende precisar de uma moção de confiança, depois de ter sido democraticamente eleito e à custa de um episódio absolutamente irrelevante”, destaca ainda.

Pedindo que todos os partidos políticos sejam responsáveis, a AEMinho é direta e destaca que “Portugal está a dar uma péssima imagem ao mundo. Ninguém crê num país onde as instituições são sujeitas a este nível de instabilidade e de episódios. Parece que estamos, simplesmente, a ser guiados e levados pelos interesses dos partidos. Isto é mau para o país e é mau para a democracia. Não vai demorar muito tempo para que, se persistimos em denegrir, em escamotear tudo aquilo que é o património positivo do sistema democrático, as pessoas comecem a não acreditar no sistema. E não há nada pior na política e na democracia do que o descrédito popular em relação ao sistema em si”.

Por fim, a AEMinho reforça que “a economia, as empresas e os trabalhadores precisam de foco dos seus governantes no progresso, no funcionamento eficiente das instituições e do Estado e no crescimento económico. Crescer é a nossa grande meta e não o conseguiremos fazer com estes constantes atropelos á credibilidade e normal funcionamento das instituições. Rigor com lisura, com foco e espírito de cooperação para que possamos construir um país prospero, onde se viva melhor, capaz de atrair talento e projetar um futuro mais sólido para os nossos filhos”.

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